quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Analise do escândalo no DF








quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

O verbo do Distrito Federal

Eu roubo, tu roubas, ele rouba, nós roubamos, vós roubais, eles roubam, e o povo otário paga.

Manchetes da Folha de São Paulo

"Berzoini defende campanha de alto nível e diz que PT não irá explorar mensalão do DEM"
Aqui "alto nível" significa: Jogamos a sujeira de vocês para debaixo do tapete, e vocês escondem a nossa também, certo? E assim levamos vantagem em tudo.

"PT evita ataque a mensalão do DEM para zerar jogo em 2010"
"Zerar jogo em 2010" significa: Se todos nós roubamos então estamos todos empatados.

"Correligionário de Arruda vai analisar pedidos de impeachment contra governador"
Ou seja, porco lavando porco.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

canalhas irresponsáveis

A causa mais provável da queda da estrutura do Rodoanel sobre a Rodovia Régis Bittencourt, na última sexta-feira, foi a falta de uma quinta viga que daria sustentação ao viaduto construído sobre a pista. Três pessoas ficaram feridas no acidente. Essa quinta peça deveria ter sido colocada simultaneamente com as outras quatro, o que não foi feito. Das quatro estruturas colocadas há quatro dias, apenas uma não desabou. A movimentação do solo com a passagem dos veículos sobre as pistas desiquilibraram a estrutura.

Em outras palavras, os canalhas irresponsáveis pela obra, resolveram deixar quatro vigas de oitenta toneladas cada uma, soltas, sem amarração, durante quatro dias, em cima da Régis Bittencourt, por onde diariamente passam mais de 20 mil veículos, 70% deles de caminhões e ônibus.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Soldado mata 12 pessoas na maior base militar dos EUA

Fort Hood: 52.000 homens e mulheres treinados para matar, não poderia ser diferente nessa maior escola de assassinos do mundo. O tiroteio em Fort Hood foi a segunda chacina da comunidade de Killeen. O próprio nome da cidade, associada a kill (matar) já diz tudo.

Em 16 de outubro de 1991, 23 pessoas foram mortalmente baleadas por George Hennard. Hennard usou sua última bala para matar a si mesmo quando se viu cercado pela polícia.

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Pelo menos 12 soldados foram mortos e trinta feridos em um tiroteio ocorrido ontem (5) na base dos EUA em Fort Hood, Texas, como foi confirmado pelo Exército.

O assaltante era o comandante Nidal Hasan Malik, 39, psiquiatra de descendência Jordaniana, que acabou ferido durante o ataque e está fora de perigo, embora inicialmente foi noticiado que ele tinha morrido.

Três outras pessoas foram presas sob suspeita de envolvimento no tiroteio, mas foram liberados após serem interrogados pelas autoridades da base.

Os motivos para o ataque era desconhecido e só soube que Hassan não estava "muito feliz" pela sua apresentação iminente a serviço no Iraque no final deste mês, em 28 de novembro.

O presidente Barack Obama, descreveu o ataque como "terrível surto de violência" e declarou que se é "uma tragédia de perder soldados no estrangeiros, muito mais horrível foi que caíram sob o fogo em uma base militar em solo americano". "Como comandante-chefe irá garantir que obtenhan todas as respostas a este incidente terrível", disse ele.

Segundo o tenente-general Bob Cone da base de Fort Hood, o ataque começou cerca de 13:30 horas locais e teve lugar no Soldier Readiness Center, onde militares que serão enviados ao Iraque ou Afeganistão ou retornam das duas guerras são submetidos a exames médicos e outros procedimentos. Dois dos mortos eram civis e os restantes soldados.

Fontes oficiais informaram que investigadores, o FBI e o Departamento de Segurança Interna enviaram agentes "tentando determinar as razões de Hassan, que trabalhou recentemente no Texas, nos serviços de saúde mental".

Hasan, muçulmano nascido nos EUA, era um membro da OCS, sigla em Inglês do Centro de Estudos de Estresse Pós Traumático.



Cerimônia de Graduação

O tenente-general Cone disse aos jornalistas que Hasan usou duas armas durante o ataque e não pode dar detalhes sobre se ele parou para recarga de munições.

No momento do tiroteio estava acontecendo no Centro de Preparação uma cerimônia de formatura de soldados que tinham acabado de terminar seus cursos. De acordo com fontes próximas passam por dia, centenas de homens e mulheres, muito jovens, alguns recém saídos do ensino médio que optam por participar de uma das duas guerras que os EUA mantém no exterior.

Fort Hood é a maior base militar do mundo e abriga cerca de 52.000 soldados. O campus é enorme localizada no Texas central, entre Austin e Waco.

Apenas a base foi fechada pelo incidente. As restantes instalações militares nos EUA foram colocados em alerta. As nove escolas em Fort Hood também foram fechadas. Nenhuma criança estava entre as vítimas ou feridos, apesar dos relatórios iniciais que apontavam nessa direção.

Na primeira momento, todos os cenários eram possíveis. Desde o pior cenário, que se tratasse de um ataque terrorista envolvendo individuos disfarçados como soldados, a uma conspiração dentro da base. Por último, eles apontaram para a ação isolada de uma militar. Embora ninguém quis especular sobre as conseqüências deste ato, isso pode afetar a moral das forças armadas em um momento em que estão sobrecarregados por terem que travar duas guerras ao mesmo tempo sem tempo para descansar.

Durante toda a tarde, o site da base trazia a seguinte mensagem: "Todas as unidades são instruídas a executar o controle de 100% do pessoal. Este não é um exercício. É uma situação de emergência".

Suicídios no Exército atingiu um nível recorde no ano passado, com pelo menos 128, tirando suas vidas, e estão em vias de estabelecer um novo recorde este ano - superando a taxa entre a população civil em geral.

fonte: http://www.guiaglobal.com.br/noticia-um_soldado_mata_12_pessoas_na_maior_base_militar_dos_eua-3463

sábado, 3 de outubro de 2009

Olimpíadas Brazil-2016


Esporte



O esporte é a segunda grande diversão, distrai, entretém, brilha intermitente, decepciona, ilude, enfim, é um truque social que atrai a atenção do povo no ocidente. Talvez os leitores pensem que técnica nada tem a ver com esporte. Estão errados. A técnica joga um duplo papel. Em primeiro lugar, no esporte, a técnica transforma sua prática pelo seu rigor. Em segundo, a técnica faz do esporte o espetáculo ideal da televisão e assim o transforma. Mencionaremos simplesmente o primeiro aspecto de passagem, pois seu estudo na sociedade tecnológica não é tão relevante aqui. Os esportistas profissionais estão quebrando constantemente recordes conforme as técnicas melhoram. Enquanto procuram continuamente por resultados melhores, as técnicas se transformam e suas exigências se estendem a todos os aspectos da vida (regimes, etc.). O resultado é profissionalismo. Mas a aplicação maior da técnica no esporte depende do discurso tecnológico. Se a competição fosse simplesmente uma brincadeira, um jogo (como é feito usualmente no esporte), e se fosse simplesmente uma questão individual (como no golfe), não haveria a aplicação de técnicas extremas. O discurso tecnológico transformou o esporte em um gigantesco espetáculo, em campeões fabricados, estrelas, e ídolos do estádio.

A difusão maciça pela mídia e pelo poder da propaganda sobre as massas muda o esporte. O discurso tecnológico o transforma em uma questão nacional e global onde se faz pouco caso de suas regras áureas: honestidade, lealdade, jogo limpo.

Para se ter uma idéia de como o público foi cativado pelo esporte basta apenas considerar o lugar de destaque que ocupa na mídia. Na televisão, em todos os canais, não há um dia sequer que não dedique vários minutos ao esporte. Os jornais permitem-lhe mais espaço. É impressionante como durante todo o ano algo sempre está acontecendo nos esportes a cada dia: futebol, basquete, tênis, fórmula I, onde aparece gente disputando, nadando, correndo, etc.. Cada dia o público tem que ter sua dose de emoção e de paixão. Os campeonatos e os jogos televisionados internacionais. As pesquisas mostram que 50 por cento de todos os televisores ficam ligados em jogos televisionados ao vivo. O que é equivalente a três grandes redes mostrando fa mesma coisa ao mesmo tempo. Na França o preço para o direito de transmissão em 1985 era 500.000 francos (aproximadamente $100.000) por tais jogos podem render anualmente até 3.500, 000. francos ($700.000).

Naturalmente, uma transmissão nesta escala é permeada de propaganda. Os sinais são colocados todos os ambientes. Os anúncios colocaram nos franceses uma paixão pelas marcas patrocinadoras das equipes, e as torcidas carregam as marcas das empresas. Estes logos custam milhões, e naturalmente, anunciar pesado no esporte proporciona cada vez mais retorno. Isso não seria possível se a televisão e o rádio não inculcasse constantemente o esporte na linha de frente de toda a transmissão francesa como algo indispensável.

Alguns jornais provincianos devotam suas primeiras páginas aos eventos, ostentando-os com fotografias coloridas. O jogo do dia é mais importante do que um acordo internacional ou uma tentativa de assassinato. O jogo é a notícia mais importante. Como sempre, há uma ação recíproca, porque a mídia focaliza os eventos esportivos, o que resulta em que mais pessoas se interessem aumentando a demanda. A mídia pode então aumentar a quantidade, a intensidade e a exaltação dos esportes, porque promovem uma demanda pública.

Mas o que acontece com o esporte assim tecnizado e tornado espetáculo? Primeiramente, temos uma transição ao profissionalismo total. O profissionalismo não é coisa nova, mas devido ao forte suporte financeiro torna-se exclusivo. O esporte foi inventado para ser uma brincadeira. As pessoas se envolveriam quando fora do trabalho. Pouco a pouco o profissionalismo ganhou terreno. Hoje o único esporte "verdadeiro" é o profissional. Temos assim um fenômeno duplamente notável. Por um lado os jogadores são comprados. O clube mais rico terá os melhores jogadores. A soma paga para comprá-los chega aos milhões. Muitos clubes entram em débito. Assim eles têm que levantar o dinheiro. Algumas cidades os subsidiam pesadamente devotando muito mais dinheiro a seus clubes do que à prevenção social ou à reabilitação de prisioneiros. Há anúncios constantes visando trazer mais espectadores. Torna-se necessário construir novos estádios e os recursos da cidade são novamente direcionados nesse sentido. O imposto pago por cidadãos que não se interessam por tais coisas é direcionado para pagar essas despesas malucas.

Assim, aqueles que não são fortes nem capazes de praticar hábeis performances não são completamente normais. O profissionalismo torna o perfeccionismo técnico possível. Mas trás também algumas conseqüências sérias. Meninos de quatorze anos sem tais habilidades são treinados excessivamente até oito horas por dia, de modo que aos dezoito possam começar a jogar em público, mas sua carreira se encerra quando se aproxima dos trinta. Não saberão então fazer nada mais, não terão nenhuma outra habilidade, e não serão capazes de qualquer outra coisa. Durante cerca de dez anos de atividade esportiva eles poderão fazer uma fortuna que lhes permita viver sem trabalhar o resto de suas vidas. Tanto para os clubes como para os atletas, o esporte transformou-se em uma questão de dinheiro. Em nome do tecnicismo esportivo, e em nome daqueles que se entregam ao discurso tecnológico, o esporte, bem como os deuses do estádio, todos tornaram-se súditos do rei dinheiro. O socialismo é não melhor, porque está sob as mesmas pressões. Pode haver menos competição financeira entre clubes mas há uma competição mais burocrática!

Outro efeito do mercantilismo profissional pode ser visto na composição das equipes. Na Formula I, em escuderias como a Renault, Fiat, ou Porsche, as equipes podem ser compostas por pessoas de qualquer país: brasileiros, africanos, italianos, portugueses, etc. Originalmente, o time de uma cidade era composto por gente dessa cidade, de tal forma que uma cidade realmente disputava contra outra. Mas o que é que acontece hoje? Simplesmente, o clube ganhador é aquele que contrata os melhores profissionais do mercado pagando mais por eles!

Se no esporte vale tudo, então não haverá nenhuma hesitação em aplicar a mais extrema brutalidade. Em cada partida televisionada que eu vejo, fico cada vez mais impressionado pela brutalidade nas partidas. Vemos isso até mesmo na natação! Isso é mais patente, naturalmente, no boxe, que há muito deixou de ser uma arte para transformar-se em mero desencadear da violência. Vemos isso também no tênis. Ficamos espantados com a pancada da raquete. Parece ferreiros no trabalho. Não é por acaso que os campeões de tênis recebem nomes como "foguete" e "dinamite". Mas onde está o tênis do dia-a-dia com sua graça e leveza? Borotra, Lenglen, e Tilden não jogaram como açougueiros, brandindo suas raquetes como clavas. Essa brutalidade é ligada à violência da competição e também à transmissão para milhões de espectadores, porque a brutalidade é visualmente muito mais lucrativa. Não é por acaso que a brutalidade dos jogadores afeta o público, gerando milhares de fanáticos obsecados, que não são mais esportistas do que eu, mas que por causa das partidas que assistem, acabam finalmente, como vemos repetidas vezes na televisão, super excitados, violentos, e quebrando tudo pelo caminho. Eles simplesmente foram contaminados pelos deuses do estádio e pelo poder televisivo do espetáculo, em que eles próprios repentinamente se tornam os atores.

Acredito que quanto maior a propagação do tecnicismo esportivo, mais quebra-quebra veremos nos estádios, apenas pelo fato de haver conflitos violentos entre grandes rivais, sejam lá quais forem suas cores. Os torcedores mostram-nos o resultado do total fascínio em suas manifestações.

Em contraste com o que escrevi, é bom recordar a maneira como uma sociedade tradicional pôde integrar e controlar o mais violento de todos os esportes, a tourada. Uma luta entre o "bruto" e o homem, que poderia degenerar mais facilmente em bestialidade total. Mas isto não aconteceu. O jogo bárbaro foi ritualizado, de forma que a violência ocorre de forma precisa, onde a brutalidade é substituída por um elegante controle, e o comportamento coletivo é ajustado dentro de um tipo de ética comunal. O que era um massacre transformou-se numa arte nobre. Mas hoje vemos o oposto. Assim, a falha principal da técnica e do discurso tecnológico, que envolve a primazia do sucesso, está no fato de desencadear o fanatismo popular.

O fato do esporte ser agora um espetáculo é patente em todos os níveis. Me vem na mente agora a ridícula gesticulação dos jogadores. Quando mudam o placar, por exemplo, ele caem de joelhos, invocam os céus com gestos exagerados, urram junto com os demais membros da equipe, abraçam e felicitam uns aos outros enquanto a multidão ruge. Aquilo torna-se mais importante que qualquer evento político. Mas gesticulam assim apenas porque há câmeras mostrando-os em milhões dos televisores. Ou seja, todos os jogadores sabem que trata-se de uma exibição, e se comportam de acordo com a absoluta necessidade de divertir o público. É o resultado do princípio: "joguem, joguem, do resto a gente cuida".

Chamo a atenção para outras três conseqüências do discurso tecnológico. Primeiramente, a decepção dos esportes. Temos como um exemplo a celebração do que são chamados "Jogos Olímpicos". Mas os jogos olímpicos reais eram algo completamente diferente. Não eram apenas um evento espetacular; incluíam canto, teatro, leitura de poesia, etc.. Eram também uma ocasião em que as cidades gregas se congregavam, mesmo em tempos de guerra. Durante os jogos havia uma trégua, um cessar fogo, a unidade grega era restaurada, e eu suponho que as conversações diplomáticas aproveitavam da ocasião para resolver problemas. Mas nossos "Jogos Olímpicos" são o oposto disso. São uma ocasião para sanções contra países, para divisões, para expressões de conflito. Alguns países recusam ir ao país que sedia os jogos, e assim por diante. Este ou aquele país é excluído (por exemplo, Irã ou Coréia do Norte). Ou seja os jogos viram uma modalidade de combate. Transformam-se assim em uma grande demonstração da tremenda transformação que o esporte sofreu devido à tecnologização da sociedade (não a sua politização, porque nunca o mundo foi tão político quanto o mundo grego). Os adversários devem ser esmagados a todo o custo. Esta é a cruel e corrupta lei da técnica e agora também do esporte, esse esporte tornou-se parte da trágica mística do público expectador e que é exaltado por toda a mídia, que cobre figurões esportistas com honras antes reservadas a generais, e glória nunca antes vista, de modo que os jogos claramente não são mais vistos como jogos mas como competições mortais, encontro cruéis, uma verdadeira batalha maniqueísta. Nossos Jogos Olímpicos hoje, portanto, não são jogos olímpicos reais de paz e de diálogo mas jogos de feroz rivalidade. Esta é a lei da técnica e também do esporte moderno. O discurso tecnológico exalta o poder do esporte, que é o poder de um país como um todo. O esporte é tão importante que o presidente de França tem que adiar um discurso para permitir que os cidadãos prestem atenção ao campeonato europeu na tela da televisão!

Um segundo efeito é que a importância do esporte é tão dominante que um evento esportivo é transmitido quando não há nada para exibir na programação diária. Não há um único dia em que o público passe sem shows e espetáculos. Monstruosidades são criadas, como o rally de Paris a Dacar, por exemplo, um desperdício absurdo e um insulto a países onde a fome é abundante, exibindo o poder ocidental diante da pobreza do terceiro mundo, um exemplo de completa vaidade. Não me entenda mal; Eu não estou contestando a coragem, a resistência, a habilidade, ou a energia dos participantes. O que eu destaco é que em um mundo em que a coragem, a inteligência e a resistência podem ser mostradas em milhares de maneiras adequadas, é totalmente absurdo e mesmo odioso desperdiçar tais qualidades em coisas assim tão imbecis. Por que estes desbravadores tão cheios de energia não trabalharam em prol do terceiro mundo, transportando necessárias provisões ao coração de África em rotas tão difíceis quanto as de Dacar? Por que não navegam em navios do Greenpeace? Ano passado um repórter de televisão que cobria o rally com a missão importante de emitir imagens para milhões de telespectadores foi morto em um helicóptero tornando-se assim o foco das atenções com um enfoque heróico. A única coisa sadia foi dita por Cavanna sob o título: "morreu como um idiota para o Paris-Dacar".

Finalmente, um bom artigo sobre a corrida de barcos de Rhum publicado no periódico Réforme destaca como o público mobilizado para este evento (500.060 assistiram à abertura em St. Malo). O texto chamava a atenção ao fato de que este esporte é realmente uma proeza no campo da publicidade com os patrocinadores arcando com as despesas dos barcos, e com uma enorme pesquisa técnica para melhorar seu desempenho (como no caso dos carros da fórmula I, um típico desperdício por parte de uma sociedade com pesados distúrbios econômicos), e a técnica que ocupa um lugar proeminente na corrida com satélites e computadores é usada para certificar-se de que todos os telespectadores não deixem de acompanhar o mais ligeiro incidente. Este é um bom exemplo de sublimes meios usados para alcançar ridículos resultados, o esporte é uma brincadeira sem nenhuma particular importância fora de seu contexto. Mas porque este artigo excelente recebeu o título: "tecnologia a serviço da fantasia"? Vale a pena analisar este título. A "tecnologia" não está a serviço de tudo. Dominou, despertou e impôs sua própria fantasia. Neste ponto estamos com Castoriadis (L'Institution imaginaire de la société). Na medida quem que a fantasia se isntitucionaliza, ela hipnotiza, fascina, diverte, e vicia através do espetáculo, esvaziando todo o significado que lhe é próprio, roubando sua finalidade, desprovendo seu valor, não criando nada, sendo algo puramente passivo, alimentado como mercadoria, e a sociedade como um todo não obtêm outro resultado a não ser a poeira e a fumaça que se dispersa tão rapidamente quanto a imagem emocionante mas insignificante do esporte. Enfim, é de pouca importância o fato de que o esporte se transformou em um instrumento do grande capital. "Necessitamos expor e denunciar a mitologia mistificadora do esporte, que, para o benefício de grandes investidores se transformou em um travesti das brincadeiras de circo".

Carece também de grande importância o fato do esporte ser controlado pelo estado, cimentado pela ideologia da classe média, e governado por relações de produção, vocacionado como sub estrutura capitalista. Esta crítica cheirando a dogmatismo esquerdista, embora tenha o mérito de destruir o papo idealistico e humanístico sobre os virtudes do esporte, comete o erro de confiar em análises da sociedade de 1900. Os grandes investidores de hoje, que têm certamente uma influência decisiva, não são mais tão radicais quanto à técnica, o mesmo ocorreu nos falecidos países socialistas. O fator dominante no esporte é agora o discurso tecnológico, a droga indispensável da mídia ocidental, o esporte tornou-se meramente uma ferramenta de ganhar mais dinheiro. E o esporte tem que curvar-se às necessidades deste discurso, tem que submeter-se aos imperativos dos grandes investidores, que lucram por ele, o mesmo ocorreu nos falecidos estados socialistas!

Traduzido e adaptado do livro “Le bluff technologique” de Jacques Ellul,

por Railton de Sousa Guedes

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Bispo desvia dinheiro

"Fisco aponta desvio de dinheiro da Igreja Universal para o patrimônio de seus líderes". Folha de São Paulo, 14 de agosto de 2009.

Durante a Revolução Espanhola (1936-39), templos viraram mictórios públicos. Em maio de 1968 na revolta na França, a frase "queremos um lugar para mijar, não para rezar" apareceu estampada em muitos muros.

Transformar templos do Bispo Macedo em mictórios públicos seria uma função nobre demais. Deveriam ser demolidos de cima abaixo. Não deixar "pedra sobre pedra", como previsto por Cristo nos Evangelhos sobre o destino do Templo em Jerusalém.

Tudo aquilo que a Igreja Universal do Reino de Deus oferece a empresários falidos e desempregados famintos, riqueza, fama, poder, milagre e glória futura, foi também, no deserto, oferecido a Cristo e por Ele recusado: mudar pedra em pão, atirar-se para baixo, dar tudo o que têm, ou seja, vender literalmente a alma ao diabo -- o bispo que arranca o dinheiro de miseráveis -- desafiando o poder de Deus.

A Igreja Católica Apostólica Romana, na forma de indulgências durante a Idade Média também chegou a exigir dinheiro para livrar a alma do sofrimento após a morte. O homem estaria liberado para cometer qualquer atrocidade nesta vida. O dinheiro depositado no cofre da igreja livraria a alma de castigos e da danação eterna.

A Igreja Universal do Reino de Deus hoje restaura a velha indulgência, exigindo dinheiro para livrar o empresário falido e o desempregado faminto da danação imposta, aqui mesmo nessa vida, pela crise econômica. Após dar suas últimas reservas de dinheiro ao Bispo Edir Macedo, o empresariado falido estaria liberado para cometer toda atrocidade econômica e exploração de mão-de-obra. Basta seguir o exemplo do vigarista mor. Dinheiro arrecadado com charlatanismo religioso viria direto do céu. Frutos de exploração e falcatrua corporativa seriam bênção divina. O desempregado estaria livre para a mais acabada escravidão ou revolver lixões em busca de ferro velho e vender doces e flores nas favelas.

A farsa da venda de indulgências da velha Igreja Universal (versão papal) que deu fôlego ao decadente constantinismo, foi copiada e ressussitada pela nova Igreja Universal (versão Macedo).

Se a história se repete. Se a mentira corre e cansa, a verdade anda e alcança. Então a teologia da prosperidade às custas de alguém parece estar perto do fim. O vale-tudo por dinheiro está com os dias contados.

domingo, 10 de maio de 2009

Febraban paga passeio para juízes e ministros do TST

Um grupo formado por 42 juízes do trabalho e ministros do TST (Tribunal Superior do Trabalho) teve passagens, hospedagem e refeições pagas pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) para participar de um congresso promovido pela entidade em um resort cinco estrelas na Praia do Forte (BA), durante o feriado prolongado de 21 de abril.

É o 16º ano que o evento é realizado no país, com o objetivo de discutir temas relacionados a questões trabalhistas, segundo a federação dos bancos.

A maior parte dos dez ministros do TST que estiveram no congresso, dos presidentes ou representantes de TRTs (Tribunais Regionais do Trabalho) de várias regiões do país, entre eles o de São Paulo, e dos juízes que participaram do evento foram acompanhados por suas mulheres ou maridos, a exemplo de anos anteriores.

A diária de um apartamento standard para um casal no Tivoli Ecoresort Praia do Forte, onde ocorreu o evento deste ano, custa R$ 798, disseram funcionários do hotel. Cerca de 200 dos 293 apartamentos do hotel foram reservados para o "16º Ciclo de Estudos de Direito do Trabalho" da Febraban. Nesse caso, a diária pode ser reduzida para cerca de R$ 600.

O evento não é aberto ao público e envolveu outras 62 pessoas, entre advogados, professores e juristas, além dos 42 magistrados. Com os acompanhantes, o número total de pessoas no evento foi de 170.

Juízes que já estiveram no congresso em anos anteriores relataram que os debates são feitos na parte da manhã e que as tardes são livres.

"Convidamos os juízes para trabalhar quatro dias em um feriado em que estariam de folga com suas famílias. Houve trabalho todos os dias. É justo que levem seus familiares", disse Magnus Apostólico, superintendente de Relações do Trabalho da Febraban.

A programação começou no sábado, no dia 18 de abril, com a abertura do evento às 18h30, feita pelo vice-presidente do TST, ministro João Oreste Dalazen, e palestras até as 21h, segundo informou a Febraban. O corregedor do TST, ministro Carlos Alberto Reis de Paula, também participou.

Nos dias 19 e 20, as atividades aconteceram das 8h30 até as 13h30. O tempo restante foi livre. No dia 21, data de encerramento, os debates e palestras aconteceram das 8h30 até as 11h30. "Foi uma carga pesada", disse o superintendente.

O TST disse que a decisão de participar do evento depende de cada juiz.

O TRT-SP afirmou, também por meio de sua assessoria, que a participação de magistrados em congressos e ciclos de estudos é necessária "para o melhor desempenho da atividade jurisdicional" e que "não houve discussões sobre processos ou mesmo sobre empresas e temas que pudessem suscitar comprometimento à independência dos juízes". Cinco representantes de São Paulo participaram do encontro.

Proximidade

Segundo a Febraban, o evento é "autossustentável". Isso porque as 60 pessoas que se inscreveram para participar do congresso --entre advogados trabalhistas dos bancos e funcionários ligados às áreas de recursos humanos e relações trabalhistas das instituições financeiras-- pagaram R$ 11 mil para participar dos quatro dias de debates. O pacote incluía um acompanhante.

"A receita das inscrições deve cobrir o custo total do evento, que ainda não está fechado. Os juízes vieram como convidados e não receberam por isso. Foram pagas as passagens, as estadias e as refeições. O evento é autossustentável porque foi custeado pelos recursos pagos pelos 60 inscritos", diz o superintendente da Febraban.

A Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho) não comentou a participação de ministros, desembargadores e juízes no evento.

Magistrados que já estiveram no encontro em anos anteriores -e que preferiram não ser identificados- disseram à Folha que ficaram preocupados com a proximidade com os advogados dos bancos e com a possibilidade de o pagamento de despesas poder ser considerado remuneração indireta, o que é proibido. Alguns também questionaram o fato de somente a cúpula da Justiça trabalhista ser convidada.

Na opinião desses juízes consultados pela Folha, se o objetivo do congresso é discutir temas trabalhistas, o evento deveria ser aberto inclusive para juízes da primeira instância.

O setor bancário é considerado um dos campeões de reclamações trabalhistas no país, segundo ranking feito durante anos pelo próprio TST.

"O evento é essencialmente técnico. Os ministros e juízes jamais são questionados sobre decisões que tomam ou estão em julgamento. Até porque se fizéssemos isso, eles não participariam mais", disse o representante da Febraban. "Os advogados que vão ao evento sabem que não podem fazer esses questionamentos. Os temas debatidos são teses jurídico-trabalhistas."

No ciclo de estudos deste ano foram discutidos, entre outros temas, o projeto de lei que regulamenta a terceirização no Brasil e as demissões feitas durante os reflexos da crise econômica mundial no Brasil, segundo informa a Febraban.

"Se fôssemos pensar que um ministro do TST pode se comprometer num final de semana em que ele vai trabalhar, então estaríamos completamente perdidos. Há uma história de 16 anos de realização desses eventos. Todo ano, após o congresso, é publicado um livro com todas as palestras, os debates e os questionamentos feitos por cada participante", disse Apostólico.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Mulheres do Quênia fazem greve de sexo por governo de união

da BBC
Grupos de ativistas mulheres no Quênia estão promovendo uma semana de greve de sexo em protesto contra as disputas dentro do governo de coalizão do país. Segundo elas, a greve é uma tentativa de evitar que se repita a onda de violência que afetou o país depois das eleições de 2007.

O grupo Organização de Mulheres pelo Desenvolvimento afirmou que também vai pagar prostitutas para que elas participem da greve. As ativistas pediram ainda às mulheres do presidente e do primeiro-ministro do Quênia que se unam ao protesto.

As relações entre os parceiros da coalizão de governo do Quênia, liderada pelo presidente Mwai Kibaki e pelo primeiro-ministro Raila Odinga, vêm se tornando cada vez piores.

Campanha no quarto

Patricia Nyaundi, diretora-executiva da Federação de Advogadas Mulheres (Fida), uma das organizações que participam da campanha, disse esperar que a greve de sete dias obrigue os rivais a se entender.

Ela afirmou que a campanha vai começar no próprio quarto, e que já foram enviadas emissárias para convencer Ida Odinga (mulher do primeiro-ministro) e Lucy Kibaki (mulher do presidente) a participar e liderar o protesto.

"Grandes decisões são tomadas durante conversas na cama, então, estamos pedindo a essas duas senhoras que neste momento de intimidade peçam aos maridos: 'Querido, você pode fazer alguma coisa pelo Quênia?'", disse Patricia ao programa Focus on Africa, da BBC.

Mas segundo a correspondente da BBC em Nairóbi Anne Waithera, a campanha deve enfrentar dura resistência por parte de alguns homens.

Segundo ela, alguns homens podem argumentar que não aguentam nem dois dias de abstinência.

A campanha está sendo apoiada por vários outros grupos, entre eles uma rede de grupos de mulheres na zona rural do país.

O presidente Kibaki e o premiê Odinga concordaram em formar uma coalizão de governo no ano passado para por fim à violência que tomou conta do país após as eleições. Na ocasião, 1.500 pessoas morreram e 300 mil tiveram que deixar suas casas.

Mas as relações entre os dois pioraram, com o partido de Odinga reclamando que ele foi colocado em segundo plano e protestando contra tudo, desde a reforma eleitoral até a falta de um banheiro para o primeiro-ministro durante uma recente visita oficial.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Pandemias de gripe no mundo

Pandemias de gripe

Gripe russa (1889-1890) matou 1 milhão – subtipo H2N2 – gravidade ?

Gripe espanhola (1918-1920) matou de 40 a 100 milhões – subtipo H1N1 – gravidade 5

Gripe asiática (1957-1958) matou de 1 a 1,5 milhões – subtipo H2N2 – gravidade 2

Gripe de Hong Kong (1968-1969) matou de 0,75 a 1 milhão – subtipo H3N2 – gravidade 2

(fonte Wikipédia)

terça-feira, 21 de abril de 2009

As autoridades e as quotas de passagens aéreas

"Gabeira também transferiu passagens". JB Online
"Câmara abre sindicância para apurar venda de passagens". Zero Hora
"Em nota divulgada pela Câmara, o presidente da Casa, deputado Michel Temer. (PMDB-SP), admitiu que também utilizou parte da cota de passagens aéreas para o transporte de parentes e pessoas não relacionadas com o exercício de seu mandato ...". Estadão

"Não reconhecemos qualquer autoridade humana". Manifesto quacre
"Nenhum homem foi verdadeiramente autoridade, nem trouxe qualquer benefício a outrem por sê-lo". Kierkegaard

terça-feira, 14 de abril de 2009

Os que exercem autoridade e os que se submetem a ela



Manchete: "Recessão nos EUA parece estar mais amena, diz presidente do Fed"

Subtítulo: "O presidente do Fed (Federal Reserve, o BC americano), Ben Bernanke, disse nesta terça-feira que há sinais de tentativa da economia americana de sair da recessão em que se encontra desde dezembro de 2007".

A manchete contradiz seu subtítulo. Ela aponta para recessão "mais amena", o comentário para "sinais de tentativa", o que é diferente. Começar a sair do fundo de um poço não é o mesmo que debater-se desesperadamente para sair dele.

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Sobre autoridade: "Homem algum foi verdadeiramente autoridade ou trouxe qualquer benefício a outrem por sê-lo". Migalhas Filosóficas (Kierkegaard).

Sobre aqueles que se submetem à autoridade: "Não passam de números em estatísticas desenhadas por idiotas. Morrem aos montes nas auto-estradas, em cada epidemia de gripe, em cada onda de calor, em cada enchente..." In girum imus nocte et consumimur igni (Debord)