segunda-feira, 27 de agosto de 2012

OITO PONTOS SOBRE A AUTONOMIA OPERÁRIA





Nós, proletários, lutamos pela emancipação total de nossa classe, entendendo por isto a luta contra o sistema capitalista e toda a miséria que ele produz: desemprego, fome, mortes, “acidentes” de trabalho, destruições do ecossistema, etc. Afirmamos que a emancipação total dos trabalhadores será obra dos próprios trabalhadores ou não será, e que é nossa a tarefa de romper as cadeias da escravidão capitalista.
A autonomia é uma prática de classe que se manifesta historicamente sempre que a classe operária se torna protagonista: durante a Comuna de Paris, nos conselhos operários da Alemanha, nos sovietes russos, nas inúmeras formas de organização autônoma assumidas pelas revoltas operárias na Hungria e na Polônia, nas práticas de lutas dos trabalhadores radicais nos EUA, nas Assembléias Operárias Autônomas na Espanha e na Itália... Eis por que nosso objetivo é impulsionar, nas lutas, a ação direta e auto-organização da classe operária, objetivo que hoje passa pela formação de comissões autônomas nos locais de trabalho e moradia. Consequentemente, afirmamos que a direção das lutas proletárias cabe inteiramente às assembléias nos locais (de trabalho e/ou moradia) onde se dá o combate à exploração capitalista.

A autonomia operária é também uma forma de luta que torna protagonistas os trabalhadores que reivindicam. Somos pela luta contínua (isto é, não só pelas campanhas salariais, por melhores condições de trabalho, etc.) e pela ação direta como única forma de intervenção massiva dos trabalhadores (greves, sabotagem, piquetes, ocupações e autodefesa).

Lutamos por todas as formas de auto-organização que facilitem a expressão autônoma da classe operária (assembléias, grupos de empresa e territoriais). Portanto, somos contra a divisão do proletariado em diferentes sindicatos, correias de transmissão de partidos e ideologias.

Sabemos que a exploração capitalista é indivisível. Portanto, somos contra a divisão da luta em partes, divisão que atribui aos sindicatos a luta econômica e aos partidos a luta política. A luta proletária deve ser econômica, política e assim deve se expressar as plataformas reivindicativas.

Somos contra a cogestão e todo acordo entre sindicato e empresa, que se realiza pelas costas dos trabalhadores e contra seus interesses. Afirmamos que somente com a mobilização e a luta obteremos o que nos é necessário como classe, além de construir formas de auto-organização mais avançadas.

A autonomia operária enfatiza a centralidade da luta contra as condições de exploração do trabalhador assalariado. Mas não se limita a isso, e, pelo seu caráter de movimento real, termina por abranger todo movimento proletário. Neste desenvolvimento, vemos a potência que suplantará definitivamente a crise capitalista.

A autonomia operária não tem dirigentes nem líderes, e não quer representar uma vanguarda “iluminada”, modelo tão gasto quanto nefasto. Baseia-se unicamente na experiência proletária e é, antes de tudo, uma prática.

“Senza Freni - volante operário da fábrica Ducati-Motor Bologna 2000”

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